terça-feira, 1 de julho de 2008

APIs e os novos modelos de negócio na Web

Até alguns anos atrás, prevalecia um modelo fechado onde cada website guardava os dados do seu serviço e dos seus usuários trancados em seus bancos de dados. Agora, qualquer site pode disponibilizar APIs que possibilitam o acesso (quase) irrestrito aos dados. A informação começa a se libertar. Como isso muda a nossa Web de todo dia?
Possuir muitos usuários gerando ou acessando conteúdo no seu site (redes sociais, blogs, microblogs, youtubes...) sempre significou sucesso. O Youtube, por exemplo, foi vendido por U$1,6 bilhões de dólares. Líder absoluto em vídeos na Web.
Por outro lado, recentemente foi lançada uma API completa para o Youtube, tão completa que é possível criar todo um site de vídeos (inclusive upload) sem precisar armazenar nenhum no seu servidor. Até que ponto isso pode tirar usuários do Youtube e repassar a outros sites?

Com a popularização das APIs públicas, já não importa ONDE os dados estão, mas sim O QUE é feito com os dados.


Um ótimo exemplo é o FriendFeed. O serviço usa APIs ou feeds de outros sites (blogs, twitters, redes sociais...) para juntar numa só página a "vida online" de um usuário. 
Os dados-chave do serviço oferecido pelo FriendFeed não estão em seus servidores, mas espalhados pela Web. Apesar de, obviamente, haver a necessidade de guardar estes dados para uso dentro do seu site, o FriendFeed não se preocupa em fazer seus usuários postar artigos, compartilhar notícias, postar fotos no Flickr. Ele já adquire isso tudo pronto.
A demanda por APIs é tão grande que surge serviços como o Gnip que alivia o peso nos servidores dos grandes sites, ajudando na hora de responder as requisições às APIs.

Essa é a nova cara da Web. Os dados são livres para irem de um site para outro. Dessa forma o usuário fica livre para acessar informação de onde quiser. O Twitter, por exemplo, tem dezenas de interfaces diferentes, mas os dados (microposts e informações dos usuários) residem num lugar central. Isso tira o poder dos grandes sites e democratiza o acesso aos dados. 
Essa é a nova tendência? Abertura dos dados?
Essa já é a realidade. A cada dia surgem novos sites, novas APIs, possibilitando inúmeras oportunidades pra quem não produz conteúdo, mas sabe como usá-lo. 

Nessas ondas de Web 2.0, não vence quem produz mais conteúdo e informação. Ganha quem sabe usá-las corretamente, criando o melhor serviço pare seus usuários.
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6 comentários:

Daniel Heise disse...

Felipe,
É mesmo impressionante como estão surgindo novos negócios que aproveitam o "flow" ao invés de simplesmente tentar ser mais um destino na web.

Com todo esse excesso de informações sobre qualquer assunto, quem consegue organizar, ordenar ou de alguma forma facilitar a vida dos usuários, ganha adesão bem rápido.

O desafio continua sendo achar o modelo de negócios para monetizar esse troço. Estou curioso para ver a solução que o pessoal do Frienfeed vai encontrar para gerar receitas. Alguma idéia?

Felipe Hummel disse...

Daniel, monetizar estes serviços é complicado e pode ser catastrófico se não for bem feito.

O Twitter até hoje está na corda bamba e não sabe como ganhar dinheiro. O FriendFeed vai na mesma onda.

Nesses casos, é difícil fugir de anúncios. Como ganhar dinheiro sem ser com anúncios? A minha idéia, é que daqui pra frente os anúncios comecem a ficar mais contextualizados e Personalizados pra cada usuário.

Cheguei a discutir essa idéia de personalização com uns colegas, botamos no papel algumas idéias. Mas por enquanto, só no papel. hehe

Obrigado pelo comentário

Abraço!

Micox - Náiron J. C. G. disse...

Ué, o pessoal do twitter tá com dúvidas sobre como monetizá-lo? Não é difícil não. Se eles quisessem eu passava as idéias haehahe...

Felipe Hummel disse...

Ow micox hehehe
Monetizar de qualquer jeito é fácil. Só colocar uns anúncios.

Fazer isso, sem irritar os usuários e gerar o máximo de dinheiro possível é outros 500 heuheuh

Abraço

ricolasanto disse...

Ola Felipe, beleza??

tenho uma dúvida sobre esse post:
Essas Api's publicas poderiam fornecer, por exemplo, o tempo de navegação ou a quantidade de pages views de um perfil numa dessas redes sociais, ou apenas os conteudos em "feed"

Falow!!!

Felipe Hummel disse...

Opa Ricardo, depende da API cara. Tenta dar uma olhada na API do OpenSocial, talvez seja possível para pageviews.

Abraço!